quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

As Minhas Melhores Leituras de 2017


1. Ana Margarida de Carvalho – Não Se Pode Morar Nos Olhos De Um Gato
2. George Saunders – Lincoln No Bardo
3. Alberto Manguel – A Biblioteca À Noite
4. Charles Dickens – História Em Duas Cidades
5. Ildefonso Falcones – Os Herdeiros Da Terra
6. Jean-Paul Didierlaurent – O Leitor Do Comboio
7. Elena Ferrante – Crónicas Do Mal De Amor
8. Paul Theroux – Mão Morta
9. W.G. Sebald – Austerlitz
10. Charles Dickens – Os Cadernos De Pickwick
11. Kazuo Ishiguro – O Gigante Enterrado
12. Marc Rousins – Biografia Do Filme

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Os Melhores Discos do Ano 2017


Existem discos que nos dizem coisas sobre o mundo, discos que nos põem a dançar no mundo de formas que nem julgávamos possíveis, discos que nos explicam, ponto por ponto, que raio andamos aqui a fazer neste tal mundo, discos que nos deixam intrigados e fascinados e assombrados. Eis os discos que mais me assoberbaram em 2017.


- Wolf AliceVisions Of A Life
- Aldous HardingParty
- The NationalSleep Well Beast
- The XXI See You
- LCD Soundsystem American Dream
- Cigarettes After SexCigarettes After Sex
- Circuit Des YeuxReaching For Indigo
- The HorrorsV
- Courtney Barnett & Kurt VileLotta Sea Lice
- ∆ (alt-j)Relaxer
- Nadia ReidPreservation
- Thurston MooreRock N Consciousness
- Broken Social SceneHug Of Thunder
- Arcade FireEverything Now
- Father John MistyPure Comedy
- Fever RayPlunge
- The War On DrugsA Deeper Understanding
- Julie ByrneNot Even Happiness
- Mark Lanegan BandGargoyle
- AlvvaysAntisocialites

domingo, 5 de novembro de 2017

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Sons de Outono


1. Portugal. The ManFeel It Still
2. The XXLips
3. Laura MarlingNothing Not Nearly
4. MGMTLittle Dark Age
5. Father John MistySo I'm Growing Old On Magic Mountain
6. Marika HackmanBoyfriend
7. Cigarettes After SexOpera House
8. SuperorganismSomething For Your M.I.N.D.
9. Mark LaneganEmperor
10. Courtney Barnett & Kurt VileFear Is Like A Forest
11. Young FathersOnly God Knows
12. Noel Gallagher's High Flying BirdsIt’s A Beautiful World
13. GoldfrappAnymore
14. The War On DrugsThinking Of A Place
15. LCD SoundsystemCall The Police
16. ∆ (alt-j) 3WW
17. Sampha(No One Knows Me) Like The Piano
18. Palo WavesThere’s A Honey
19. Zola JesusSea Talk
20. JungleBusy Earnin'


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Circuit Des Yeux – Reaching For Indigo

Haley Fohr, que assina já o quarto álbum como Circuit Des Yeux, nesta preciosidade chamada "Reaching For Indigo" apresenta uma imponente voz grave associada a uma impressionante exploração sonora, feita de manipulação de sons de proveniência diversa. Esta singer-songwriter folk, introspectiva, tem uma voz que parece transformar-se, ora masculina ora feminina, ora calmante ora perturbadora, ora negra ora resplandecente. Este disco é um mistério constante e um arrebatamento. Excelente.

domingo, 15 de outubro de 2017

Jay-Jay Johanson (Theatro Circo, 14 de Outubro)

O sueco Jay-Jay Johanson anda a festejar os 20 anos decorridos desde a sua estreia com o inebriante álbum “Whiskey”. Assim, não é de estranhar que na setlist deste espectáculo tenham prevalecido os temas deste disco, iniciando o alinhamento precisamente com “It Hurts Me So”, “So Tell The Girls That I’m Back In Town”, “The Girl I Love Is Gone”, “I Fantasize Of You” e a delicada “I’m Older Now”, que começou com Jay-Jay a cantar à capella, enquanto o público ouvia com um silêncio respeitoso. Fazendo acompanhar-se pelo baterista e teclista habituais, tendo-se este último, Erik Jansson, ouvido nos coros em “Mana Mana Mana Mana”. As versões soaram exactamente iguais aos originais: não houve qualquer tentativa de actualização. Passados 20 anos, este anti-herói romântico ainda mantém a elegância e a delicadeza na sua música, misturando batidas soturnas, sonoridades jazzy e uma voz suave.


Durante uma hora e quarenta e cinco minutos e mais de duas dezenas de temas, em formato best of e sempre acompanhados por um filme-concerto (sem qualquer sequência lógica com o que estava a ser cantado!), Jay-Jay com o seu timbre tão característico, manteve toda a essência da sua música: uma facilidade inata para as melodias e uma voz e ritmos que elevam as suas canções do subtil ao sublime. As suas oscilações entre o trip-hop e a electrónica, entre o jazz e a pop possibilitaram incursões por quase todos os seus 11 álbuns. Do mais recente, “Bury The Hatchet” ouviram-se “Paranoid”, “Bury The Hatchet” e a belíssima “You’ll Miss Me When I’m Gone”. Para deixar brilhar os dois companheiros, o cantor escondeu-se muitas vezes na sombra enquanto bebericava um copo de whisky.


A inconfundível voz de crooner de Jay-Jay Johanson fez-se ouvir em “Believe in Us”, “Far Away”, “She’s Mine But I’m Not Hers”, “Tomorrow”, “Milan, Madrid, Chicago, Paris”, “Dilemma”, “She Doesn’t Live Here Anymore”, “On The Other Side”, música que nasceu em Portugal, escrita durante um soundcheck de um concerto no nosso país, e “I Love Him So”. Esta última faixa nasceu da circunstância de o filho de Jay-Jay ter sido operado quando tinha apenas um ano de idade. Enquanto o filho estava deitado na mesa de operações, na sala de espera Jay-Jay escrevinhava furiosamente no bloco de notas as bases para esta canção. Johanson afirma que todas as suas composições partem de acontecimentos da sua vida – a sua maior fonte de inspiração é o seu diário.


O artista nórdico revelou-se um pouco repetitivo na forma como interpretou os temas, por vezes sugerindo alguma timidez, mas manteve sempre uma postura simpática, terminando os temas com um sonoro “Thank You”. Beneficiou de uma sala completamente esgotada e de um público entusiasta, a quem não foi preciso dizer duas vezes que o rapaz estava de volta à cidade, e que se encontrou em perfeita sintonia com o artista mostrando isso mesmo durante as pausas entre as canções e no final “obrigando” Jay-Jay Johanson a um encore, que arrancou com ele sozinho em palco, passando depois a estar acompanhado só pelo teclista e por fim com a totalidade do trio de volta no empolgante e intenso “Rocks In Pockets”, do álbum de 2007 “The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known”, que culminou com Jay-Jay e Erik Jansson nas teclas, num dueto frenético.

Quando tudo acabou, não faltaram high fives e abraços pois o sueco desceu do palco e veio cumprimentar e agradecer a todos aqueles que se encontravam na primeira fila e que o receberam de forma calorosa e simpática. Nós é que agradecemos, Mr. Johanson.

sábado, 7 de outubro de 2017

Leituras de Outono


- Jean-Paul Didierlaurent - O Leitor Do Comboio
- Kazuo Ishiguro - Quando Éramos Órfãos
- Ana Margarida de Carvalho - Não Se Pode Morar Nos Olhos De Um Gato
- Ildefonso Falcones - Os herdeiros Da Terra
- Stephen King - Sr. Mercedes

domingo, 1 de outubro de 2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Philip Roth - Pastoral Americana


Este livro aborda sentimentos contraditórios sobre a América: o orgulho de ser americano e o ódio pelo que a América representa (decadência). A América como terra das oportunidades e como símbolo supremo do mal, uma existência em dois pólos antagónicos que Roth reproduz na perfeição.

O homem comum. Os seus sonhos normais. O desejo de ser feliz, de viver uma vida pacata e envelhecer junto daqueles que mais ama. Philip Roth não escreve sobre homens excepcionais, prefere expor as excepcionais vidas dos homens banais, as suas frustrações, medos e ridículos. Mas em “Pastoral Americana” Roth vai mais longe: constrói o paradigma do sonho americano – um belo atleta, Seymour Levov, louro (“Sueco”) abastado, objecto de uma adulação total, acrítica e idólatra, casado com uma ex-miss New Jersey, Dawn – apenas para o destruir. Uma destruição repentina e gratuita, como costumam ser os acontecimentos que mudam vidas.

O narrador Nathan Zuckerman que emerge na (curtíssima) primeira parte do livro esconde-se na segunda, deixa que a figura de Levov ocupe o palco, e com ele toda uma geração que entrou em colapso a partir dos anos 60. Porque também se fala disso. Da revolução sexual que se transformou em revolução de costumes, e dos valores que foram substituídos na passagem de geração. E do Viename, sempre o Vietname…

Os problemas da família perfeita de Seymour Levov, a quem “um dia a vida começou a rir-se dele e nunca mais parou”, começam com a gaguez da filha, Merry, que surge inexplicavelmente como uma premonição. Levov teme que aquele problema seja um reflexo de algo de errado que se passa com a sua filha, mas pouco consegue fazer para ajudá-la. Os seus sentimentos de culpa aumentam quando, num momento algo irracional, decide ceder aos pedidos da filha para a beijar na boca. Aquele instante é vivido por Levov como um incesto, um quebrar de regras que potencialmente terá aberto as portas à loucura futura.

Merry, que se considera “a mais feia filha jamais nascida de pais atraentes”, frustrada com a gaguez, por se sentir aquém das expectativas dos pais, à medida que vai crescendo começa a desenvolver uma obsessão por questões políticas, mais especificamente pela Guerra do Vietname. Esse sentimento transforma-se rapidamente num repúdio do estilo de vida americano, contra todo o modelo de vida capitalista, contra a pastoral burguesa. Em causa estava, por exemplo, a procura de mão-de-obra barata. A crise económica, da qual a ruína da indústria das luvas é um símbolo, vai dando lugar à crise social. Multiplicam-se os movimentos de contestação e os atentados. O livro de Roth torna-se premonitório em relação à América actual. Levov assiste passivo à perda da sua filha, sem a conseguir controlar, temendo que o pior possa acontecer. E acontece.

Uma bomba explode perto da casa dos Levov matando uma pessoa. De uma idealista radical, Merry, para quem “a vida é apenas um curto período de tempo em que estamos vivos”, passa a criminosa procurada. A vida dos Levov é estilhaçada pela bomba, com o Sueco a passar dias e dias a tentar perceber o que correu mal. “Porquê? O que fiz eu para a minha filha se tornar numa assassina?” pergunta Levov, enquanto a sua mulher se afunda numa depressão e a filha se mantém em fuga. A incompreensão do sueco Levov perante os actos de Merry é um espelho da atitude da América em relação a si própria.


American Pastoral
(“Uma História Americana”), de 2016, é o primeiro filme realizado por Ewan McGregor, que partilha o protagonismo com Jennifer Connelly e Dakota Fanning. Compõem a família Levov, que se desmorona quando a filha se une a grupos radicais nos Estados Unidos que protestam de forma violenta contra a Guerra do Vietname. Aqui, a transformação da sociedade americana nos anos 1960 carece de alguma força dramática presente no livro de mais de 400 páginas. No entanto, trata-se de um filme com alguma actualidade política, pois deparamo-nos com uma América de identidade dolorosamente estraçalhada, com as suas gerações separadas de modo radical. São temas e sinais com 50 anos, mas interiores ao nosso presente. 

Como curiosidade cá vai um erro que detectei no minuto 37 da película, digno de pertencer ao sempre interessante site moviemistakes.com, quando durante uma conversa entre Merry e o seu pai, numa mudança de plano, a capa de um LP (ao centro) passa inexplicavelmente a contra-capa e desaparece o disco que estava à sua frente…



sexta-feira, 1 de setembro de 2017

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Cinema do Mundo

Eis mais 5 filmes imperdíveis que exploram a complexidade humana, provenientes de várias partes do mundo (mas não de Hollywood...):


En Man Som Heter Ove (Um Homem Chamado Ove), de Hannes Holm – Suécia (2015)

Este filme cómico e simultaneamente triste é baseado na obra de Fredrik Backman e foi uma agradável surpresa. Ove, um velho rezingão que nunca dá o braço a torcer e que tem que ter sempre a última palavra, parece ser o homem mais rabugento e amargurado do mundo, especialmente depois da perda da esposa, que ele adorava e que conheceu quando ela lia “O Mestre e a Margarida” de Bulgakov, numa viagem de comboio, e depois de ser despedido. Sem qualquer objectivo de vida planeia juntar-se à mulher mas vê-se obrigado a adiar o seu fim para ajudar a resolver, muito contrariado, uma série de situações provocadas pela vizinhança. No final acaba por ser acarinhado pelo grupo improvável de personagens que vai reunindo à sua volta (contrariado, claro) e por isso esta história fala-nos de amizades inesperadas e do impacto profundo que podemos ter na vida dos outros. Não aconselhado a quem não possuir um Saab! (Ah e se possuir um Audi é favor não esquecer que tem 5 zeros: 4 à frente e um ao volante…).




Toni Erdmann, de Maren Ade – Roménia, Áustria, Alemanha, Suíça (2016)

Filme dramático com tons de comédia, sobre o sentido da vida, com uma história a centrar-se na relação entre um pai sexagenário e uma filha (Sandra Hüller com uma brilhante interpretação), ele professor de música e ela uma empresária a trabalhar numa multinacional em Bucareste. Após a morte do seu cão, o pai, Winfried, decide deslocar-se à Roménia mas o primeiro contacto com a filha foi desastroso. Assim decide inventar um estranho alter ego - Toni Erdmann - numa tentativa de se aproximar da filha e reatar laços familiares, acabando por provocar um confronto geracional ao lhe tentar demonstrar os verdadeiros valores da vida. Ao longo do filme, que ultrapassa as duas horas e meia (mas ouve-se “Greatest Love Of All” de Whitney Houston e assiste-se a uma naked party!) também é feito um retrato satírico da sociedade capitalista, cada vez menos humanista e mais desrespeitadora da identidade individual. O que é a felicidade?




Forushande (O Vendedor), de Asghar Farhadi – Irão, França (2016)

Um casal de actores (Ranaa e Emad) que são protagonistas de uma produção local da emblemática peça "A Morte de um Caixeiro Viajante", escrita por Arthur Miller em 1949 e premiada com o prémio Pulitzer, vê a sua vida íntima ser perturbada quando se mudam para uma casa que terá pertencido a uma prostituta. A história vai-se desenrolando lentamente no ambiente claustrofóbico de um bairro de Teerão e ganha intensidade dramática gradualmente, culminando numa situação de enorme tensão, onde o dilema vingança / perdão tem de ser enfrentado, isto após o membro feminino ter sido vítima de uma violação por parte de um estranho. Shahab Hosseini é soberbo a desempenhar o marido no ajuste de contas com o criminoso: alguém focado, assertivo, calmo, sem deixar escapatória ao outro que gere muito bem a sua surpresa, indignação e horror. A vingança é um prato que se serve frio e sem gritos, com um auto-controlo magistral. Adorei aquela tensão final, feita de muita inteligência emocional, quando os personagens são confrontados com escolhas difíceis, em que as mais profundas convicções são postas à prova. O jovem casal "envelheceu" com o perdão. A vida fez justiça.




Tanna, de Martin Butler e Bentley Dean – Austrália (2015)

Este filme foi gravado na ilha de Tanna, em Vanuatu, um pequeno país insular da Oceania e os seus actores são todos habitantes nativos da ilha sem qualquer experiência anterior e falam no filme a linguagem local, o idioma Nauvhal. A história é baseada num acontecimento real: o amor proibido entre Wawa e Dain (pertencentes à tribo Yakel) na década de 80. A narrativa desenvolve-se sob o ponto de vista de Selin, a irmã mais nova de Wawa, uma criança encantadora. Historicamente, na luta pela sobrevivência, a tribo Yakel travou lutas sangrentas com outra tribo, a Imedin e, na iminência de um novo conflito, Wawa, é prometida como noiva ao filho do líder da tribo Imedin para que houvesse paz. O problema é que ela está apaixonada por Dain, neto do líder da sua tribo (aqui é impossível não nos recordarmos de Romeu e Julieta!). Desesperados, os jovens apaixonados têm de decidir entre fugir e ser felizes juntos ou zelar pelo futuro da sua tribo. Esta escolha pareceu-me demasiado previsível…




I, Daniel Blake, de Ken Loach – Inglaterra, França, Bélgica (2016)

Este filme obriga-nos a reflectir sobre o mundo em que vivemos, que permitiu a ascensão de um modelo socialmente imoral e canibalizador da dignidade humana e a existência de um Estado que, indolentemente, se arrasta pela sua indiferença, ineficácia e desumanização. Daniel Blake (Dave Johns ) é um viúvo solitário sem filhos pertencente à classe operária de Newcastle. Tem 59 anos, mas ainda está completamente apto para trabalhar. Infelizmente para ele, logo após a morte da esposa, sofreu um ataque cardíaco que o impede de retomar o trabalho. Para usufruir de benefícios sociais tem de se dirigir ao equivalente inglês da nossa Segurança Social e mendigar a pensão de invalidez a que tem direito. Só que tudo funciona através de call-centers e de formulários online, uma espécie de processo Kafkiano da burocracia. E Daniel nunca tocou num computador… Pior, se não responder da forma que os seus interlocutores estão à espera, penalizam-no retirando parte do subsídio. Ninguém o ajuda, o tempo vai passando e ele desespera… Numa das estações desse calvário, Daniel apercebe-se duma família igualmente em dificuldades. Uma mulher com cerca de trinta anos, com dois filhos, não tem dinheiro nem condições para viver. A partir daquele momento, o carpinteiro desdobra-se. Por um lado, continua o seu martírio junto da Segurança Social, por outro, dedica-se a ajudar os membros desta família, reparando a casa onde sobrevivem, comprando-lhes alguma comida, acompanhando a mãe às filas de beneficência alimentar. Fá-lo sem outro interesse que não seja o de ajudar. Mas o desespero dela e a falta de paciência dele acabam por se impor de forma dramática… Em última análise este filme, que deveria ser obrigatório para qualquer político ou aspirante a político, acaba por explicar o Brexit, pois os problemas retratados oferecem uma justificação para que a população mais idosa do Reino Unido tenha tido um peso fundamental na escolha pela saída da União Europeia.

sábado, 26 de agosto de 2017

Vilar de Mouros, 24 de Agosto de 2017


Jesus & Mary Chain, The Mission, Primal Scream e Young Gods permitiram recuperar algumas das minhas melhores memórias musicais das décadas de 1980 e 1990. Bandas que marcaram uma era e uma geração, prolongando o estatuto de referência ao longo de mais de 30 anos. Apesar dos rostos mais enrugados e dos cabelos mais grisalhos dos intérpretes, há músicas que, mesmo tocadas mil e uma vezes, durante longos, longos anos, continuam a soar a novo.

Esta viagem no tempo começou com os The Veils, a quem foi conferida a missão de começar a aquecer o ambiente. O sol ainda não se tinha posto por completo e durante cerca de 50 minutos ouviram-se os melhores temas desta simpática banda londrina incluindo o maior sucesso da banda, “The Leavers Dance”, do seu álbum de estreia lançado em 2004, “The Runaway Found”.

De seguida, os suiços The Young Gods, liderados pelo extravagante Franz Treichler, entraram no seu túnel de rugosidade e aceleração e criaram uma onda sonora explosiva, com temas como “Skinflowers” e “Kissing The Sun”, afirmando todas as qualidades do seu projecto de rock industrial e avant-garde.



A paz regressou de seguida com as baladas dos ingleses The Mission, membros destacados do rock gótico, com um público já trajado a rigor. O vocalista Wayne Hussey, por viver em S. Paulo há vários anos, mostrou dominar a língua portuguesa e ter abandonado os tempos de negrume e introspecção (até ofereceu rosas ao público!). Proporcionaram um excelente concerto num formato “best of” onde não faltaram os temas “Severina”, “Wasteland”, “Deliverance”, “Butterfly On A Wheel”, “Tower Of Strength” e “Like a Child Again”.

Igualmente menos sorumbáticos e muitíssimo mais festivaleiros, com um espírito quase juvenil, os The Jesus & Mary Chain proporcionaram um episódio de nostalgia pura durante cerca de 90 minutos, incluindo “April Skies”, “Head On”, “Some Candy Talking” e “Happy When It Rains”.


E como foi tão bom (re)ver Bobby Gillespie a acompanhar, à bateria, os irmãos Reid na interpretação das três derradeiras músicas (“Just Like Honey”, “The Living” e “Never Understand”) de um concerto que fechou ao som das melhores e imortais canções do ainda tão jovial álbum “Psycho Candy” dado a conhecer em 1985.

Bobby Gillespie, liderou os Primal Scream num concerto propositadamente desenhado para deixar a multidão em êxtase, numa visita guiada aos seus melhores álbuns (só de "Screamadelica" de 1991 ouviram-se, por exemplo, “Come Together”, “Loaded” e “Moving On Up”). Que noite memorável (e com direito de antena na SIC!).

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Passadiços do Paiva (Arouca)

Finalmente tive oportunidade de caminhar pelos Passadiços do Paiva, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro. Localizam-se na margem esquerda do Rio Paiva, são 8 km que proporcionam um passeio "intocado", rodeado de paisagens de beleza ímpar, num autêntico santuário natural, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa. O percurso estende-se entre as praias fluviais do Areinho e de Espiunca, encontrando-se, entre as duas, a praia do Vau. Uma viagem pela biologia, geologia e arqueologia que ficará, com certeza, no coração, na alma e na mente de qualquer apaixonado pela natureza. Excelente!











(Fotos: Sony Cyber-Shot DSC-P200) 

segunda-feira, 17 de julho de 2017

domingo, 16 de julho de 2017

O Reinado Prossegue…


O melhor tenista de todos os tempos continua a fazer história. Apesar dos seus quase 36 anos anos, Roger Federer parece ser um atleta sobrenatural. Depois de na época passada ter sido eliminado nas meias-finais por Milos Raonic e praticamente ter terminado aí a sua época, poucos acreditariam que, em 2017, Federer voltaria a dominar o circuito e que poderá terminar o ano como número um mundial.

Este domingo dominou completamente a final de Wimbledon e conseguiu obter o título sem ter cedido qualquer set ao longo da quinzena. Impressionante!

A lista de recordes de Federer é enorme, já aqui falei dela, mas recordo os principais feitos deste atleta cujos gostos musicais passam por AC/DC, Metallica e Lenny Kravitz:

- 19 títulos do Grand Slam
- 29 finais do Grand Slam
- 42 meias-finais do Grand Slam
- 23 meias-finais seguidas no Grand Slam
- 50 quartos de final no Grand Slam
- 36 quartos de final seguidos no Grand Slam
- 321 encontros ganhos no Grand Slam
- 93 títulos na carreira
- 24 títulos seguidos em finais ATP
- 302 semanas como número um do ranking ATP
- 237 semanas seguidas como número um
- 65 encontros seguidos a ganhar em relva
- 0 sets perdidos em Wimbledon ‘2017 e Australia ’2017

Roger dixit:

"O segredo está em acreditar sempre em mim."

"Estar a cem por cento fisicamente é imprescindível."


segunda-feira, 10 de julho de 2017

O Leão, o Velho e a Loira

O dono de um circo colocou um anúncio à procura de um domador de leões. Apareceram 2 pessoas: um senhor de boa aparência, aposentado, 70 anos, e uma loira de 25 anos.
O dono do circo fala com os 2 candidatos e diz:
- Eu vou directo ao assunto. O meu leão é extremamente feroz e matou os meus dois últimos domadores. Ou vocês são realmente bons, ou não vão durar 1 minuto! Aqui está o equipamento - banquinho, chicote e pistola. Quem quer entrar primeiro?
Diz a loura:
- Vou eu!
Ela ignora o banquinho, o chicote e a pistola e entra rapidamente na jaula.
O leão ruge e começa a correr na direcção dela. Quando falta um metro para ser alcançada, a loura abre o vestido e fica toda nua, mostrando todo o esplendor do seu corpo.
O leão pára como se tivesse sido fulminado por um raio!
Ele deita-se na frente da loura e começa a lamber-lhe os pés!
Pouco a pouco, vai subindo e lambe o corpo inteiro da loura durante minutos!
O dono do circo, com o queixo caído até ao chão diz:
- Eu nunca vi nada assim na minha vida!
Vira-se para o senhor aposentado e pergunta:
- Você consegue fazer a mesma coisa?
E o velhinho responde:
- Claro! É só tirar de lá o leão...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Sons de Verão


1. Emily Haines & The Soft Skeleton Fatal Gift
2. AsgeirAfterglow
3. ChromaticsShadow
4. TrickyThe Only Way
5. Ariel PinkAnother Weekend
6. Lykke LiUnchained Melody
7. PhotomartyrA Private Understanding
8. Broken Social SceneHug Of Thunder
9. The HorrorsMachine
10. Courage My LoveAnimal Heart
11. King Gizzard & The Lizard WizardThe Lord Of Lightning vs Balrog
12. Moses SumneyDoomed
13. Angus & Julia StoneSnow
14. Manchester OrchestraThe Alien
15. St. VicentNew York
16. Kele OkerekeStreets Been Talkin'
17. Beach HouseChariot
18. Jen CloherRegional Echo
19. RadioheadI Promise
20. Arcade FireCreature Confort

domingo, 2 de julho de 2017

Leituras de Verão


- W.G. Sebald - Austerlitz
- Ramon Gener - Se Beethoven Pudesse Ouvir-me
- Ana Margarida de Carvalho - Que Importa A Fúria Do Mar
- Adrian Goldsworthy - António E Cleópatra
- Michael Farquhar - As Vidas Secretas Dos Czares
- Peter Mendelsund - O Que Vemos Quando Lemos

sábado, 24 de junho de 2017

3 Álbuns Deslumbrantes!

Para quem adora música é um enorme prazer descobrir discos que sabemos que nos vão acompanhar por muito tempo. Discos com canções bem desenhadas, vozes formosas e seguras e com universos próprios e bem esculpidos. Discos complexos mas limpos, cristalinos mas densos.

Editados em 2017, são segundos álbuns de vozes femininas que fazem lembrar, por exemplo, Angel Olsen, Lisa Germano, Gillian Welch, Laura Marling ou Joanna Newsom, em que a intensidade dos temas desafia as influências óbvias.

São discos não aconselhados a quem ouve música a retalho na net e com o som comprimido, sem conhecimento do que foi sentido e pensado pelo artista.


Aldous Harding – Party

Esta neozelandesa, nascida Hannah Topp, em “Party” (editado pela 4AD e produzido por John Parish, colaborador de PJ Harvey) tem o dom de fazer a realidade parecer uma coisa muito frágil (“Blend”), por vezes penetrando numa escuridão convidativa e cativante (“The World Is Looking For You” e “Party”), invocando uma dor profunda (“Horizon”, recentemente apresentada de forma magistral no Later with… Jools Holland, da BBC 2) e um vício (“I’m So Sorry”), alternando o humor e as vozes sem esforço (“What If Birds Aren't Singing They're Screaming” e “Living The Classics”) e construindo assim uma obra surpreendente.



Julie Byrne – Not Even Happiness

Abençoada com uma voz límpida e profunda, esta norte-americana brilha sem espalhafato ao longo de 9 canções da mais bela e hipnotizante folk, criando momentos sublimes. Os arranjos orquestrais são cuidados, as letras falam de felicidade, mas também de desejo, luta, força, sabedoria, integridade, viagens (“Melting Grid”) e de solidão: “I was made for the green, made to be alone,” canta em “Follow My Voice”. A voz de Julie é de uma delicada entoação. Aconchega-se ao ouvido, cola-se à pele, transmite tranquilidade mesmo quando canta infortúnios. A imagem que fica é de uma mulher intransigente nas suas tentativas de criar uma vida significativa - “I crossed the country and I carried no key” (em “Sleepwalker”).



Nadia Reid – Preservation

Cá está outro disco que mais parece uma daquelas receitas que de tão simples se tornam irresistíveis. Arranjos simples e muito silêncio para deixar a voz respirar. Quase não há ingredientes adicionados para desviar a atenção da voz, das melodias e das palavras. A neozelandesa Nadia Reid apostou em canções de arrepiante personalidade (em “Reach My Destination” canta There were two little words that I used, one was ‘fuck’, the other was ‘you’) onde o protagonismo é dado claramente à sua voz e à sua guitarra. É música simples, como as melhores coisas na vida são. Discos destes fazem crer que este mundo merece ser vivido.

Globalização

Se o Mundo só tivesse 100 pessoas, era tudo mais fácil de compreender. Um número redondo ajuda sempre. Convidei todos para uma festa cá em casa e ficou assim a guest list!

Metade dos 100 convidados são homens e outra metade mulheres. Justo e perfeito! Se a gente não estragar nada, o futuro está assegurado. Tem muito amor para acontecer.

As companhias aéreas seriam muito beneficiadas. Mais de metade [60] vivem na Ásia. Da América do Sul viriam 9, acho que conheço quase todos, das terras do Tio Sam e do Canadá 4, de África 14 e por via terrestre apenas 11 europeus. O Oriente leva muita vantagem. Será que o Mundo vai ser todo chinês?

Mandei 75 convites por telemóvel, mas como só 30 tinham Internet, foi SMS para uns e Whatsapp para outros. Aos restantes 25 enviei carta. Tomara que chegue a tempo; e que a saibam ler.

Os nossos convidados fazem muita coisa diferente. Mas sobretudo vivem vidas muito desiguais. O Mundo não é bom para todos.

Como no género, também se dividem a meio no lugar onde escolheram, ou têm, de viver. 51 em cidades e 49 no campo; e também a meio no dinheiro que têm para gastar. 49 têm menos de dois dólares por dia. 1,77 euros, menos de 8 reais. Ainda assim, 21 são gordos, 15 comem menos do que é preciso e há um que está esfomeado. Vou organizar a ementa do jantar para responder a isso.

Tanta diferença é mais fácil de entender se soubermos como foi a infância de cada um. Embora 83 saibam ler e escrever, 17 não saberiam entender o endereço cá de casa.

Apenas 7 acabaram a universidade, mas nem todos saberiam falar entre eles. A maior diferença nos nossos convidados é a língua. Vejam só: 12 falam chinês, 5 espanhol e outros 5 inglês. Há quatro grupos de 3. Os falantes de português, árabe, hindi e bengali. Dois falam russo, outros dois japonês. Os outros sessenta e três falam cada um a sua língua! Babel! Je comprend rien.

Para fazer a ementa e as mesas tomei em conta a religião. Há 33 cristãos que comem de tudo, 22 muçulmanos que não bebem álcool, 14 hindus que não comem vaca, 7 budistas que são vegetarianos e 12 sem religião nenhuma que se sentam onde quiserem.

No final, quando agradeci por terem vindo, desejei um bom regresso a casa. Mas 23 ainda não foram embora porque não têm um teto para morar.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

11º F

Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho.”

Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.”

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego


Muita sorte e felicidade. Desejo que a alegria na vossa vida seja infinita e constante.

Acreditem na vossa força interior, vocês são capazes…

CCB

sábado, 10 de junho de 2017

Pensamento do Dia

Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo.”

Oscar Wilde

quarta-feira, 7 de junho de 2017

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Rufus Wainwright, Theatro Circo, 31 de Maio de 2017


Inserido no ciclo “Respira! – O piano como pulmão” promovido pelo Theatro Circo, Rufus Wainwright apresentou um concerto único nesta sala bracarense completamente esgotada. Sem formato banda, apenas alternando a utilização de um piano com uma guitarra acústica. Esperava um alinhamento baseado nos primeiros discos de estúdio, esquecendo as últimas incursões pela ópera, pelos sonetos de Shakespeare e por Judy Garland e foi isso mesmo que aconteceu.

Agnus Dei” (de Want Two) teve as honras de abertura do espectáculo, revisitando de seguida os 7 álbums de estúdio (com excepção do disco menos conseguido de 2010, All Days Are Nights: Songs for Lulu), ora cantando com uma guitarra na mão, ora se sentando no piano para apresentar o próximo tema. “This Love Affair”, “Out Of The Game”, “Grey Gardens”, “Jericho”, “In My Arms” (aqui enganou-se na letra o que levou à gargalhada geral e a um forte aplauso) sucederam-se num ambiente bastante intimista. Wainwright mostrou-se muito comunicativo com o público. Referiu-se por duas vezes à cidade de Braga: quando visitou "umas 5 igrejas" e quando se deslumbrou com o Bom Jesus. Tentou, com sucesso, a comédia quando contou a sua recente passagem pelos arredores de Barcelona e pelo momento em que recebeu uma massagem de um profissional que não dominava a língua inglesa e que lhe pediu para “inspire” e “expire” (inhale, exhale) e que também lhe perguntou “Do you like depression?”…


O artista emocionou-se quando apresentou uma cover de Lhasa de Sela (falecida em 2010), a magnífica “I’m Going In”. Houve ainda tempo para apresentar uma nova canção “The Sword Of Damacles” que “soon will be released”, contando previamente que foi inspirada por uma amiga francesa chamada Bernardette. Anunciou que irá apresentar a sua primeira ópera "Prima Donna" na próxima semana em Paris e que já está a preparar a próxima ópera baseada no imperador Adriano.

Sem grande surpresa as últimas quatro canções foram: “Cigarettes And Chocolate Milk”, “Going To A Town” (a mais ovacionada da noite), “Hallelujah” (original de Leonard Cohen) e, surpreendentemente, encerrou a noite com “Poses”, do disco com o mesmo nome que verdadeiramente celebrizou Wainwright como compositor (nesta última interpretação voltou a esquecer-se da letra – “it’s getting late”, justificou o homem). Agradeceu e elogiou o público bracarense: "What a discovery!".

Rufus Wainwright provou que o artista é um bom artista, mostrou uma das suas facetas mais fortes, a de cantautor sozinho ao piano ou à guitarra, longe das orquestrações pomposas que costumam marcar presença nas suas canções. E tão cedo não se apagará esta actuação nas mentes de quem a presenciou.

domingo, 23 de abril de 2017

sábado, 22 de abril de 2017

Museu do Dinheiro (Lisboa)


Acabei de visitar o Museu do Dinheiro, na Baixa Pombalina. Após um minucioso controle electrónico, a entrada foi feita pelo imponente hall da antiga Igreja de São Julião, e iniciou-se de seguida uma viagem pela máquina do tempo…

Nove salas temáticas do Museu, propriedade do Banco de Portugal, com muita interacção multimédia, dão-nos a conhecer a origem do dinheiro, quem o fabrica e a relação que se foi estabelecendo ao longo dos tempos entre o Homem e o dinheiro. A lógica subjacente a este museu temático é: ver, tocar, experimentar e partilhar.


A visita guiada começa com o convite a tocar numa barra de ouro de mais de doze quilos e meio, que valerá, dependendo da cotação, meio milhão de euros, a manusear uma moeda virtual, a viajar num mapa, a trocar bens por dinheiro com um computador que simboliza o deus grego Hermes (deus do comércio e das trocas), a posar para que a nossa cara apareça numa nota, a utilizar o simulador de um poço de desejos e a deixar um depoimento sobre a relação que se tem com o dinheiro. Importante, foi também conhecer alguns dos objectos que eram usados antigamente nos bancos assim como máquinas, chapas de impressão, esboços e desenhos que estão na origem das moedas e notas.

Na cripta da antiga igreja foi-nos dado a conhecer um troço da Muralha de D. Dinis, classificada como Monumento Nacional (descoberta nas escavações arqueológicas realizadas em 2010), uma construção medieval que nos levou numa viagem, percorrendo mais de 1000 anos da história de Lisboa.


Também tivemos a oportunidade de apreciar uma exposição alusiva aos 500 anos do nascimento (1517-2017) do pintor, desenhador, arquitecto, ensaísta, idealista, Francisco D’Holanda, um homem ímpar na história da cultura portuguesa. Esta exposição propõe um olhar de síntese sobre a vida e a obra deste artista de relevo na cena renascentista nacional e internacional.

Dada a quantidade de informação que nos é fornecida, se desejarmos relembrar e partilhar nas redes sociais com os amigos esta incursão pela história do dinheiro, podemos chegar a casa e, com o bilhete de entrada no museu, recriar o percurso e tudo o que se fez no computador, ou seja, acabamos por terminar a visita na nossa própria casa. Enfim, uma excelente viagem pela nossa história…

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Queridas Mães, Queridos Filhos

Uma senhora falou na qualidade de mãe ofendida para dizer que era um exagero designar como destruição a razão pelo qual o seu filho e mais companheiros da vida airada tinham sido expulsos de um hotel do sul de Espanha. A indignada progenitora admitia que tinha havido «umas quantas coisas partidas», mas explicava que tudo se devia à exuberância natural da juventude em férias. Quando oiço este tipo de pais a falar, não consigo deixar de ter um sentimento de imensa solidariedade para com os professores. Terem de aturar isto…

terça-feira, 4 de abril de 2017

quarta-feira, 22 de março de 2017

Sons da Primavera

"Uma andorinha travêssa, linda como todas, avôa brincando rente à relva e beija ao passar o nariz de Pierrot. Elle accorda e a andorinha, fugindo a muito, olha de medo atraz...".

Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'


1. Ryan AdamsDo You Still Love Me?
2. Laura MarlingNext Time
3. TemplesStrange Or Be Forgotten
4. Cigarettes After SexNothing’s Gonna Hurt You Baby
5. The Flaming LipsThere Should Be Unicorns
6. Lana Del ReyLove
7. Father John MistyPure Comedy
8. MIYNTCool
9. Bishop BriggsWild Horses
10. The MolochsYou And Me
11. Anna Of The North Oslo
12. AOE I'm Right This Time
13. Majical CloudzDowntown
14. GoldfrappOcean
15. The Magnetic FieldsBe True To Your Bar
16. Grandaddy A Lost Machine
17. The Big MoonFormidable
18. ElbowMagnificent (She Says)
19. Cage The Elephant Cigarette Daydreams
20. Communist DaughterKeep Moving

quinta-feira, 2 de março de 2017

Leituras de Março


- Alberto Manguel - A Biblioteca À Noite
- Charles Dickens - História Em Duas Cidades
- Geraldine Brooks - As Memórias Do Livro
- Margaret Atwood - O Coração É O Último A Morrer
- Philip K. Dick - O Homem Do Castelo Alto

domingo, 29 de janeiro de 2017

King Roger


O campeoníssimo suíço Roger Federer acabou de escrever uma nova página na sua lenda na história do ténis, ao vencer o seu quinto Open da Austrália, o seu 18º título do “Grand Slam”, ampliando ainda mais o recorde que já detinha. Era uma final de sonho, um clássico do ténis mundial, um confronto entre dois nomes maiores da modalidade e que, para os fãs, constituía um regresso ao passado embora para mim Federer seja claramente o melhor tenista de todos os tempos.

Depois de nas etapas anteriores vulgarizar 3 Top Ten da modalidade (Berdych, Nishikori e Wawrinka) hoje foi dia de mais Momentos Federer: alturas em que, ao ver o helvético a jogar, o queixo nos cai, os olhos nos saltam das órbitas e soltamos sons que fazem aparecer quem está nas redondezas para verificar se estamos bem. Claro que os momentos são mais intensos se tivermos jogado ténis tempo suficiente para compreender a impossibilidade daquilo que acabámos de o ver fazer.

Subtileza, inteligência, técnica, elegância. A direita de Federer é uma formidável chicotada fluida e a esquerda uma pancada com uma só mão capaz de aplicar uma bola seca, carregada de efeito ou cortada. O serviço possui uma velocidade de classe mundial e uma colocação e variedade que ninguém se aproxima sequer de igualar. O vólei, smash e o lob são exemplares. A capacidade de antecipar a jogada e a noção de posicionamento no campo são sobrenaturais e no jogo de pés é exímio. Desta forma, as proezas desportivas de Federer são extraordinárias. Os seus recordes na modalidade podem ser visualizados numa página da Wikipédia.