domingo, 2 de outubro de 2016

Nick Cave & The Bad Seeds – The Skeleton Tree


O novo disco de Nick Cave, figurará com toda a certeza na lista que elaborar dos melhores do ano. E muito provavelmente em primeiro lugar. O seu tom é sombrio e elegíaco e a perda e a morte são temas recorrentes, devido à morte de um dos seus filhos gémeos, em Julho de 2015, então com 15 anos, resultando num conjunto de canções íntimas e pessoais, bem diferentes de temas épicos como “Jubilee Street” ou “Higgs Boson Blues” do seu anterior registo Push The Sky Away de 2013. Também existe a evocação a uma mulher, talvez uma companheira recente mas o principal objectivo de Nick Cave é ultrapassar aquela perda (“You fell from the sky, crash landed in a field”, em “Jesus Alone”), bem patente em todos os 8 temas do álbum. A sua voz revela claramente um trauma inconsolável (“I call out, right across the sea, but the echo comes back empty”, em “Skeleton Tree” ou “Nothing really matters when the world you love is gone” em “I Need You”, a canção mais emotiva do disco) e nem um abraço parece ajudar (“Don’t touch me,” canta ele em “Girl In Amber”).

Trata-se de um processo de criatividade activada pela dor que aspira a servir de terapia ao seu autor:

- With my voice, I am calling you (“Jesus Alone”);

- The phone, it rings, it rings and you won't stay (“Girl In Amber”);

- All the things we love, we love, we love, we lose (“Anthrocene”);

- Soon the children will be rising, this is not for our eyes (“Distant Skies”).

Ccontinuo ansioso por ver o filme documentário relativo à criação deste disco: “One More Time With Feeling”, que para já apenas foi exibido num único dia em Portugal, em 8 de Setembro passado, mas que regressará aos cinemas em Dezembro próximo.


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